terça-feira, 9 de agosto de 2011

Passado, presente e futuro clichê!

Pediu que fechasse os olhos e descrevesse minuciosamente, agora longe de papel e caneta, tudo que havia acabado de acontecer.

Docemente, como não sentia a tanto tempo, tocou com seus dedos quentes aquele pescoço que lhe chamava, a pontinha da orelha gelada e o canto do sorriso que lhe pertencia. Acomodou seu (a)braço envolvendo a cintura fina, que voltava a lhe pertencer. Passou a observá-la como se não a visse há tanto tempo. Ou como se antes a olhasse, mas não visse nela quem queria.

Aproximava-se de seus lábios machucados pelo frio, ou pela ansiedade, e ali permanecia. Sentia a respiração dela, acariciava seus contornos, respirava com ela e dali uniam-se num só. A mão que antes não deixava seu rosto passeava agora entre ombros, colo, barriga, cintura, braços, costas ou onde mais fosse chamado.

Sussurrava-lhe ao pé do ouvido. Agarrava aquele emaranhado de fios como se fosse aquele o único jeito de mostrar a ela de quem ela realmente era. O tempo? Ah que tempo bom, mas nunca fora tão ágil. Pulsava tão acelerado quanto o coração, que ela sentiu desenfreado enquanto o olhava. Bobo e simples assim. Desenfreada apenas em...vê-lo por dentro.

"Como pode sentir saudade de alguém, mesmo estando ao lado desse alguém? É tão estranho. Já sentiu isso?". Aquilo não lhe saiu da cabeça por tanto tempo. Ainda não sai, pra dizer a verdade. Foi tão sincero, tão doce, tão singelo. Soou como uma promessa, que ela sabia seria quebrada, afinal sempre soube que a saudade dele não dura. Mas chorou, de emoção, por dentro. E sorriu pra ele com o sorriso que lhe pertencia.

Depois de lhe dar tempo para sentir aquelas saborosas sensações de novo, lhe pediu dois finais. Como tudo aconteceria dali pra frente, quando se veriam, se seriam de verdade um do outro, se o mundo daria mais voltas ainda, se a vida os tiraria um do outro, e mais um monte de outros "se...". Um final a dois, um final a sós. Daí? Ela abriu os olhos e lembrou-se que aquilo que veio antes de tudo isso foi a parte com ele...talvez, um dia, um possível futuro bom. Hoje? O gosto amargo que ser 'a sós' tem.

Ela não lhe contou nada disso. Ele talvez nunca saiba que foi tanto. Mas...ficou muda e sorriu.

Apenas sorriu
e suspirou...

...por dentro (com o amor que lhe pertence).

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